Bem vindo Setembro!
Neste ano atípico, estamos ainda assim num mês que vibra uma energia de recomeços e entrada em novas/velhas rotinas. Aproximamo-nos também de uma importante passagem ritual que é a celebração do Equinócio, que marca não só o fim do Verão e o início do Outono, como também o começo de um estado de recolhimento ou acolhimento interior. E, à semelhança das árvores, podemos deixar cair a folhagem seca, libertando tudo o que já não nos serve, preparando-nos para preservar a nossa luz interior à medida que os dias lá fora ficam mais pequeninos.
O silêncio das palavras tem estado muito presente em mim. Pensei já há muito escrever mais sobre o meu trabalho e os seus benefícios, as suas técnicas e possibilidades terapêuticas, mas no final, senti apenas de partilhar convosco um poema que escrevi, porque nas palavras não cabem as vivências e as infinitas possibilidades que o toque, a conexão e o mergulho em nós podem trazer...
Gratidão a todos os que me procuram e que me permitem manter o trabalho em mim e partilhá-lo. Porque não me seria possível fazê-lo, sem antes e a cada dia, manter o meu ancoramento no corpo, meditar e cuidar do meu ser e ao fazê-lo vou dando os passos na direcção do meu bem que é o bem de todos.
Aqui fica o poema.
| Alguém perguntou:
O que se encontra para lá desse portal?
Alguém respondeu:
O bote é uma luzinha trémula
entre as infinitas estrelas do céu imenso.
Navega sob ondas e marés,
seu marinheiro é o olhar que perscruta
a alvorada dos sonhos,
seu caminho vai-se abrindo com o despertar
dos primeiros sinos que ecoam no fundo do mar.
Os passos, esses manifestam-se na rendição
que acolhe tudo o que está para vir.
Não desistas.
O resto que fica e se desvanece na água
somos nós, de passagem, como uma miragem
no Deserto. |
Abraço de Luz
Rita
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