“A dor desaparecerá da face da Terra quando todos sentirem a dor de cada um e cada um sentir a dor de todos. “
(Sete Chaves, CLUC)
Ao ler um texto sobre os ensinamentos da Dor, algo apaziguou profundamente em mim.
Nos tempos duros e desafiantes que vivemos facilmente caímos na tentação do esquecimento. É mais fácil fechar os olhos e o coração para não sofrer, para não ter de passar pela dor. Já o fazemos há muito tempo. Aliás, muitos de nós fomos ensinados assim - a não sentir. Por isso fazemos coisas e estamos tão ocupados e consumimos mais e saltamos de preocupação em preocupação ao longo do tempo. Por isso, adiamos os nossos sonhos e não ligamos à intuição. Por isso, não sabemos pausar, custa-nos o silêncio e não estamos confortáveis na vulnerabilidade de apenas ser. Estes últimos 2 anos foram uma tremenda avalanche para o nosso controlo e exposição à vulnerabilidade. O sistema foi abalado e os sinais eram claros para a urgência de mudanças. Olhar dentro, cuidar das relações e da comunidade, preservar os ecossistemas e retornar ao essencial. Passado este tempo, quem se lembra dos ensinamentos que recebeu? Das dores que passou?
Por outro lado, também seguimos os apelos externos e nos sensibilizamos com algumas das tragédias mediáticas que se passam no mundo. Contudo, essas mesmas dores e essas guerras existem há tanto tempo… e em tantos lugares...causando tanta dor. E irão prosseguir mesmo depois de muitas pessoas se esquecerem que elas existem. Pergunto-me (na posição de quem já conheceu de perto alguns desses contextos), não será esse mais um escape?
Tomar consciência destes processos internos é fundamental e atravessar a nossa vivência de dor inevitável, assim como reconhecer em nós as dores do mundo. Este é um dos 7 Princípios Herméticos antigos. O que está dentro está fora, o que está em cima é igual ao que está em baixo. Assim, a guerra existe fora enquanto o coração de cada Pessoa não estiver em Paz. Entenda-se por Paz não aquela paz lata sem manifestação na matéria, mas algo mais concreto e vivenciado profundamente em nós. Há paz quando o nosso coração vibra em Amor e verdade. Há paz, quando semeamos harmonia e compaixão nas relações que nos rodeiam. Há paz quando não guardamos rancores ou julgamentos nos pensamentos que temos ao longo do dia, nas intenções que trazemos para o trabalho, no olhar que dirigimos às pessoas mais vulneráveis, na forma como tratamos os animais e a Natureza, etc, etc. A paz não reside fora de nós e não é responsabilidade de outrem. Cabe a cada um fazer esse caminho. Aceitar, abraçar e integrar em nós as nossas dores é essencial para o nosso processo evolutivo e auxilia-nos a redescobrir a Paz em nós que será também a de toda a Humanidade.
Que assim seja no Caminho de cada um.
Abraço de Luz,
Rita
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